Resumo

As doenças causadas por vírus constituem sérios problemas fitossanitários em hortaliças. Entre as principais viroses que incidem em olerícolas destacam-se os Potyvirus, transmitidos por várias espécies de afídeos de maneira não-persistente e que infectam diversas famílias botânicas, incluindo muitas hortaliças; as geminiviroses, causadas por vírus do gênero Begomovirus e transmitidas por mosca-branca para tomateiro, pimentão, batata, pimenta e outras inúmeras espécies de plantas; o complexo do vira-cabeça ou tospoviroses, causadas por vírus do gênero Tospovirus, que são transmitidos por tripes de maneira circulativa-propagativa e infectam mais de 1.050 espécies de planta. Além destas, outros vírus, já conhecidos ou não, podem surgir nos campos de produção de olerícolas consistindo em novos desafios para os produtores e pesquisadores. A ocorrência de infecções mistas, aliada a similaridade de sintomas entre as diferentes viroses que podem incidir em uma só espécie de planta, faz com que a identificação do agente causal seja dificultada, quando baseada somente em sintomas, requerendo técnicas de diagnose específicas para cada grupo ou espécie viral. O objetivo deste projeto é realizar um levantamento das viroses que ocorrem em culturas olerícolas economicamente importantes do Paraná, visando identifica-las para que seja traçado um panorama da atual situação fitossanitária nos cinturões-verdes do estado. A partir deste primeiro diagnóstico, será possível conhecer as principais viroses que estão atualmente presentes no Paraná, avaliando-se sua prevalência e níveis de danos econômicos. Além disso, será possível elencar as que estão ocorrendo com maior incidência, as que estão em emergência e aquelas que representam potenciais riscos às culturas hortícolas. Tais informações nortearão as prioridades para as pesquisas subsequentes a fim de se estabelecer as estratégias de manejo mais adequadas. Para o desenvolvimento do presente projeto são previstas várias viagens de inspeção às principais regiões olerícolas do estado. Durante o levantamento, constatada a ocorrência de possíveis viroses, serão feitas avaliações de incidência e grau de dano, e coleta de amostras representativas de material sintomático, as quais serão posteriormente analisadas em condições de laboratório para detecção e identificação dos vírus presentes. Tais testes diagnósticos compreenderão ensaios biológicos, como tentativas de transmissão mecânica do vírus, por vetores ou por enxertia para plantas hospedeiras (gama de hospedeiros); microscopia eletrônica de transmissão para visualização das partículas virais e avaliação dos efeitos citopáticos; testes sorológicos (PTA-ELISA) para detecção de proteínas virais e moleculares (PCR e RT-PCR, hibridização com sondas moleculares) para detecção de ácidos nucleicos. Alguns isolados dos vírus encontrados serão selecionados e sequenciados para consolidação da identificação e para estudo de sua diversidade genética. Os trabalhos de identificação dos vírus, avaliação de incidência e nível de dano, presença de vetores e outras informações geradas neste estudo propiciarão uma visão atual e completa do quadro epidemiológico do Paraná, servindo como base para a implementação de estratégias adequadas de controle das viroses constatadas, assim como para orientação dos produtores para sua utilização.

Coordenadora    

Renata Faier Calegario

Colaboradores

Prof. Dr. Jorge Alberto Marques Rezende (ESALQ/USP)

Prof. Dr. Elliot Watanabe Kitajima (ESALQ/USP)

Henrique da Silva Silveira Duarte (UFPR)

Dr. Júlio César Barbosa (Bayer CropScience Vegetable Seeds)

Gabriel Koch (UFPR)

Evandro Keller (UFPR)