O Laboratório de Anatomia e Qualidade da Madeira da UFPR vai fazer a análise de amostras de uma carga ilegal de madeira apreendida nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.(Ibama) em Curitiba. O trabalho é parte de uma parceria entre a universidade e o Ibama para identificação de madeiras apreendidas em ações de fiscalização.
A operação resultou na apreensão de 30 metros cúbicos de madeira, que estavam numa loja de telhas no bairro Uberaba e serviriam para montagem de estruturas de telhados. Metade da madeira era da espécie popularmente conhecida como castanheira, que está em extinção e tem corte proibido desde 1994. A outra metade inclui madeira de diversas espécies, mas que estava com documentação falsificada e por isso também foi apreendidas.
Pequenas amostras da madeira apreendida foram enviadas para o laboratório da UFPR, onde, utilizando lupas e microscópios, os pesquisadores conseguem definir com precisão a espécie da madeira.
“Com uma pequena lâmina da madeira é possível analisar o arranjo celular do material e assim definir com precisão qual é a espécie da árvore. O arranjo celular serve como uma impressão digital, é único de cada espécie e não pode ser falsificado ou alterado”, explica o professor Umberto Klock, coordenador do curso de Engenharia Florestal Madeireira. O processo completo de identificação leva em torno de uma semana.
A professora da área de Engenharia Florestal Graciela Inés Bolzón de Muñiz – atual vice- reitora da UFPR – conta que a colaboração da universidade com o Ibama inclui, além das análises de amostras, também treinamentos já ministrados para funcionários do Ibama de Brasília.
O coordenador de processos de fiscalização e apreensão do Ibama, Fernando Luiz Nunes, explica que, para o instituto, identificar a madeira corretamente é de extrema importância no processo de apreensão. “A análise da UFPR ajuda a comprovar o corte ilegal e a condição de extinção da árvore. Essas informações são anexadas ao processo de fiscalização e dão subsídio à denúncia”, completa.