Estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) participaram, em Curitiba, nos dias 10 e 11 de novembro, do I AgroHackathon, competição que teve por objetivo incentivar a criação de soluções tecnológicas voltadas ao segmento agropecuário. Os 51 participantes, acadêmicos de ciências agrárias da UFPR – agronomia, veterinária, engenharia industrial madeireira -, e do setor da automação e controle e engenharia elétrica da UTFPR, foram divididos em nove equipes e tiveram 30 horas para desenvolver projetos e apresentá-los à banca de julgadores. Quatro ideias escolhidas como as mais inovadoras receberam prêmios em dinheiro e os estudantes vão ser acompanhados pelos professores visando à aplicação dos projetos no campo.
Organizado pela UFPR e UTFPR, o evento teve como tema “Gestão da Propriedade Rural” e a iniciativa contou com o apoio do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Sebrae, Faep e Positivo Tecnologia. Os analistas técnicos da Ocepar, Jhony Moller e Maiko Vinicius Zanella, e o coordenador administrativo Claudiomiro Santos Rodrigues, acompanharam o AgroHackathon. Também esteve presente, compondo a banca julgadora, o secretário do Abastecimento de Curitiba, Luiz Dâmaso Gusi.
Benefícios
Segundo o secretário municipal, a iniciativa das universidades foi proativa, pois eventos como o AgroHackathon integram e incentivam os estudantes a produzirem soluções aplicáveis e que podem trazer benefícios aos produtores e à sociedade, em específico na questão da segurança alimentar. “Temos como objetivo atuar de forma a integrar a produção ao mercado. Existem mais de 3,8 milhões de consumidores que precisam ser abastecidos. Na outra ponta, temos mais de 35 mil agricultores no entorno da região metropolitana de Curitiba e é um grande desafio integrá-los, de forma sustentável e fazendo com que essa cadeia de valor se viabilize”, afirmou.
Na avaliação do professor Gilson Martins (UFPR), um dos organizadores do AgroHackathon, o evento atingiu os objetivos previstos. “Os estudantes trabalharam com afinco, inclusive durante a madrugada, e podemos dizer, com segurança, que todos tiveram um ganho de qualidade de percepção e até de perspectivas de vida. Mesmo aqueles que não saíram vencedores vão poder continuar trabalhando em suas ideias, em busca de um modelo diferenciado de negócios”, disse. “O principal resultado do I AgroHackathon são as inúmeras ideias com potencial de sucesso frutos da inventividade e trabalho dos participantes”, ressaltou.
Catalisador – De acordo com Martins, um hackathon é uma ferramenta que impulsiona a criatividade dos estudantes, que chama a atenção dos acadêmicos e promove um ambiente propício à inovação. “Cria-se uma demanda por conhecimento, novas ideias e projetos, o que gera um efeito catalisador enorme dentro das universidades”, explicou. Segundo o professor, um ponto a ser destacado, além da parceria entre UFPR e UTFPR, foi a sinergia estabelecida com o setor produtivo, que também se engajou e contribuiu para o sucesso do evento. “A universidade não pode ficar sozinha e isolada em seu ambiente acadêmico: deve atuar estabelecendo pontes de intercâmbio contínuo com o setor privado, mantendo forte vínculo com a realidade do mercado. Pretendemos continuar trabalhando em parceria com o setor produtivo, gerando mais oportunidades de desenvolvimento para todos”, enfatizou.
Na avaliação do professor Roberto Candido (UTFPR), o AgroHackathon teve como conceito unir estudantes de áreas distintas para que encontrassem pontos de complementaridade.
Premiação
Pedro Henrique Guimarães Migacz, 18 anos, estudante de engenharia elétrica da UTFPR, aproveitou a oportunidade do AgroHackathon para tentar encontrar uma solução para um problema que vivenciou durante anos em sua infância e adolescência. “Meu pai é produtor rural em São Mateus do Sul. Na produção de tabaco, a etapa final de secagem exige que os produtores permaneçam em atenção total com a estufa, ficando algumas vezes por até três meses sem poder sair de casa. Queria há muito resolver esse problema e apresentei essa ideia à equipe”, explicou. Depois de 30 horas de trabalho, o grupo de Migacz desenvolveu a ideia de uma plataforma online de repasse de informações sobre a situação da estufa e as condições de secagem do fumo. “O nosso projeto coloca esses dados na nuvem, para que o produtor acompanhe a estufa de onde estiver, sem precisar se deslocar até o local. O objetivo é facilitar a vida dos agricultores”, disse. A equipe do jovem foi a vencedora do I AgroHackathon, recebendo a premiação de R$ 4 mil.
(Informe Paraná Cooperativo)
Curitiba/13/11/2018