Em novembro, a Universidade Federal do Paraná estará a bordo do navio quebra-gelo científico com destino à Antártica. A expedição científica internacional parte do Rio Grande do Sul com 61 pesquisadores de países do BRICS (Argentina, Brasil, Chile, China, Índia, Peru e Rússia), com o objetivo de realizar amostragem do ambiente biológico e físico, levantamentos geofísicos e coleta e medição de dados glaciológicos, oceanográficos e meteorológicos.
A ação é do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT da Criosfera) e do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) – cujas pesquisas são financiadas pelo CNPq – e será liderada pela equipe do Centro Polar e Climático do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Durante dois meses, a Expedição Internacional de Circum-navegação Costeira Antártica percorrerá mais de 20 mil km da costa do continente Antártico para chegar o mais perto possível das frentes das geleiras.
A docente da UFPR e pesquisadora da Proantar, Camila Carpenedo, será responsável pelo lançamento de radiossondas atmosféricas ao longo da derrota do navio para investigar as relações entre o gelo marinho antártico e o clima da América do Sul através da interação oceano-criosfera-ciclones. Ela atua como líder do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos sobre Variabilidade e Mudanças Climáticas da UFPR.
Esta será a primeira vez de Camila no continente Antártico. “Participar de uma expedição Antártica inédita, de relevância internacional, em que farei a coleta de dados meteorológicos sobre todo o Oceano Austral, em um dos anos mais quentes dos registros históricos do planeta, é uma oportunidade que sem dúvida será um marco para a minha carreira como pesquisadora em Ciência Antártica”, afirma.
Em parceria com a professora da Universidade Federal do Maranhão, Claudia Parise, e com o apoio de outras instituições (UFSM, UFPE, INPE, UFRGS e UFBA), os dados coletados serão utilizados no projeto PolarConnections, do Programa Antártico Brasileiro (Proantar/CNPq), sob coordenação da docente da UFPR, e em projetos parceiros.
De acordo com o coordenador geral da expedição e professor da UFRGS, Jefferson Simões, a tentativa de aproximação o mais perto possível das frentes das geleiras antárticas é inédita. “Esperamos ter dados sobre a linha de flutuação dessas geleiras e simultaneamente apoiaremos um levantamento geofísico dessas frentes de geleiras para entender como elas respondem ao aquecimento da atmosfera e do oceano”, revela.
Dos 61 pesquisadores que participarão da expedição, 34 são cientistas convidados estrangeiros, provenientes do Chile, da China, da India, do Peru, da Rússia e da Argentina. Os 27 pesquisadores da equipe brasileira são cientistas de instituições associadas ao INCT da Criosfera e a projetos vigentes de pesquisa do PROANTAR/CNPq, como a Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Sobre o Proantar e o INCT da Criosfera
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é um programa criado em 1982, com o objetivo de promover a pesquisa científica diversificada e de alta qualidade na região antártica. A finalidade é a de compreender os fenômenos ocorridos naquela área geográfica e que têm repercussão global. O Programa é coordenado pela Marinha do Brasil e o fomento às pesquisas científicas desenvolvidas em seu âmbito é de responsabilidade do CNPq, que participa do Proantar desde 1991.
O CNPq seleciona e acompanha as atividades científicas do programa, de acordo com o planejamento previamente estabelecido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Também são parceiros na execução do Programa o Ministério do Meio Ambiente (MMA); o Ministério das Relações Exteriores (MRE); outros atores do setor público, como a Petrobrás; e do setor privado.
Com informações do Centro Polar e Climático UFRGS e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
Foto de destaque: Divulgação/UFRGS